Nós
tendemos a ser preconceituosos com pilotos de equipes nanicas. Vemos
eles como estabanados, lentos e sem futuro. Apenas um bando de caras
com dinheiro para comprar uma vaga dentro da F1. Como se fossem todos
exemplares de Karthikeyan, De Cesaris e Inoue. Talvez seja a hora de
mudar o nosso ponto de vista, principalmente por um caso em especial.
Bianchi.
Piloto bom, carro nem tanto |
Jules
Bianchi, atual piloto da equipe mais querida do grid (também
conhecida como Marussia), faz um dos trabalhos mais significativos do
grid atual da F1. Deu sequência às boas performances de 2013 e
conseguiu inacreditáveis dois pontos no GP de Mônaco deste ano. Com
um equipamento limitado, tem um ritmo que não fica tão para trás
de Sauber e Lotus. Ele e Chilton – outro que não é tão horrendo
quanto se esperava – formam, incrivelmente, uma das duplas mais
interessantes deste ano.
Mas
esse texto não tem tanto a ver com a Marussia, e sim com o provável
próximo passo da carreira de Bianchi. Não é novidade para ninguém
que o francês é parte do programa de pilotos da Ferrari e que essa
relação é forte e de longa data. A equipe russa ganhou motores
Ferrari em 2014, não foi por acaso. E essa semana também foi
noticiado que Räikkönen tem sérios planos de sair da F1 quando seu
contrato vigente acabar, ou seja, fim de 2015.
Junte
as peças e perceberás que Bianchi está vendo seu futuro se
concretizar ao longo desse ano. A Ferrari precisa se reformular,
Räikkönen já está aborrecido, Jules faz grandes corridas. Vale
lembrar também que, na primeira oportunidade, Alonso vai dizer
arrivederci, irritado que
está com a decadência dos bólidos vermelhos. O francês poderia
ser primeiro piloto da Ferrari (!!!) em questão de dois anos. E olha
que todos os fatores que eu citei nesse parágrafos são concretos ou
prováveis de se realizar. Não é um delírio.
Silverstone, hoje |
Hoje
essa relação pode ter se intensificado um pouco mais. Nos treinos
de hoje, ainda em Silverstone, Bianchi marcou o excelente tempo de
1:35.262, sendo o mais rápido da sessão. Só não foi melhor que
Alonso, dono da marca de 1:35:244, na mesma pista, com o mesmo carro
e os mesmos pneus. E olha que Jules, acostumado com sua Marussia, não
conhece o carro tão bem quanto Alonso. Já está fazendo mais que
Räikkönen em sua temporada mais bisonha.
Foi
a prova de que o pupilo pode ser gente grande dentro da F1 num futuro
próximo. Equipe e piloto, um tem o voto de confiança do outro. A
Ferrari anda capenga, você pode argumentar, como se não fosse uma
boa. Mas é a Ferrari, ainda é melhor que a Marussia.
Dentro
de uma nova geração de pilotos que conta com Ricciardo e Bottas,
não é exagero nenhum ver Bianchi com status de promessa. E essa
relação com a Ferrari pode marcar época.
Quem
sabe Bianchi não consegue trazer as felicidades e glórias que
Alonso não conseguiu?
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