sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Mais de Mil Palavras: Rosberg e Fittipaldi na Copersucar


Vagando a esmo no meu amado acervo de fotos encontro essa aí, da qual gosto muito e resolvo falar a respeito. A dupla de campeões mundiais mais obscura da história da F1. Esses caras aí eram os pilotos da Copersucar-Fittipaldi em 1980.

Pilotando o carro #20, o Bi-campeão mundial Emerson Fittipaldi. Era um momento difícil para ele: vinha de quatro anos muito apagados com um carro lento e não muito confiável. Aquele sonho de construir uma equipe 100% nacional e vencedora já tinha de utópico o que tinha de bonito. A grana vinha rareando e o horizonte, que já não era dos melhores com a Copersucar, ficou pior ainda após o retiro da mesma. A vontade e o dinheiro para continuar na F1 estavam indo embora, em suma, ainda mais com um tal de Nelson Piquet aparecendo como nova esperança tupiniquim. Os títulos e as vitórias de outrora estavam de bom tamanho para Emmo.

Pilotando o carro #21, o inexperiente Keke Rosberg. Keijo vinha de experiências efêmeras e infrutíferas nas lamentáveis Theodore, ATS e Wolf. Faltava firmar a estaca na F1. E esse passo poderia ser dado na Copersucar. "Mas como? Só tem brasileiro naquela barca furada..." Pois é, mas ele conseguiu. Bebia Vodka em casa e pilotava um carro da Skol nos finais de semana. Talvez nem Keke pudesse imaginar que viria a ser campeão dois anos depois, até porque já tinha 32 anos em 1980.

Pódio logo na 1a corrida, Buenos Aires, para Keke. "Porra, Emmo, vai apanhar de um cara que se chama Keijo?". Calma. Pódio na 4a corrida, Long Beach, para Emerson. Equipe em 5o lugar nos construtores e pilotos empatados em 8o nos pilotos. Será que a Copersucar ia levantar voo com essa dupla tão cheia de opostos? Será que o carro ia descer redondo a temporada toda?

Não. A equipe só pontuou mais duas vezes na temporada e dali para a frente só faria mais um ponto antes de falir. A grande alegria acabou por ser o campeonato de construtores de 1980, no qual ficou a frente da McLaren e da Ferrari.

O #20 saiu da F1 no fim dessa temporada. Alguns anos depois, foi fazer carreira nos EUA, tendo vencido as 500 milhas de Indianápolis em 1989 e 1993. Só foi se aposentar em 1996, aos 50, no topo da sua carreira nos States. Seus parentes fizeram carreira no automobilismo e manteem o sobrenome da família no automobilismo.

O #21 ficou mais um ano na Copersucar. Ano horrível, diga-se: nem pontuou. Mas deu a sorte de achar um espaço na Williams, que aprendia a ser grande. Foi campeão em 1982, muito mais por causa de não ter se matado do que por ter sido o piloto do ano. Seu filho é um piloto de ponta da F1 e mantém as alegrias da família, mesmo que sem defender a bandeira da Finlândia.

Até que era boa, essa duplinha.

4 comentários:

  1. Belíssisma imagem e bom texto. Conheci o blog pelo link no facebook, e gostei. Pretendo voltar mais vezes.

    Depois dá uma passada para prestigiar o meu espaço: www.blogdoboueri.com

    Forte abraço!

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    1. Muito obrigado! Teu blog também é muito bom, ainda mais que eu sou fã do Boutsen e tem uma foto dele no cabeçalho da página... hahaha

      Abraço!

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  2. Grande dupla mesmo. Só lamento o Fittipaldi ter trocado tão cedo a McLaren pela sua equipe própria. Poderia ter sido tricampeão antes.

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    1. Concordo. Teria sido campeão em 1976, no mínimo, e não teria saído tão cedo da F1.

      Uma pena, mas admiro a dedicação dele à Copersucar.

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