segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Mais de mil palavras: a March de seis rodas

Não é novidade para ninguém os carros de seis rodas, projetados na segunda metade dos anos '70. O representante mais famoso dessa estranha raça de carros de F1 é o Tyrrell P34. Assim que a ideia veio a publico e começou a dar (alguns) resultados, outras equipes começaram a correr atrás: Ferrari e Williams, por exemplo. Ah, e a March.

A March foi uma simpática equipe dos anos '70 e '80. "Simpática" é o jeito bonito de dizer que sua única virtude não dizia respeito à velocidade dos bólidos. A equipe até tinha seus momentos, mas não eram muito recorrentes. O carro era tão somente mediano e pouco confiável. Não se esperava que saísse de lá uma grande solução aerodinâmica para a F1, mas eles tentavam. Em uma dessas tentativas, alguém quis testar um carro com seis rodas, como muitos vinham fazendo, reinventando a ideia da Tyrrell.

Mas é importante ressaltar que as soluções buscadas pela Tyrrell e pela March eram bem diferentes. A Tyrrell tinha quatro rodas menores na frente, tentando diminuir a "barreira" aerodinâmica que era criada pelos tradicionais pneus que existiam na dianteira. Para não perder aderência junto com a diminuição da superfície de contato, colocaram um extra de cada lado.

A March, assim como as outras que testaram quatro rodas atrás, queria aumentar o poder de tração do carro. Ainda, os pneus traseiros iriam diminuir, ficando com o mesmo tamanho dos dianteiros, para melhorar a aerodinâmica. Resumindo: as duas equipes encontraram soluções parecidas para problemas distintos.
O carro, numa exibição em Goodwood
No fim de 1976, o carro (batizado de March 2-4-0) foi testado em Silverstone, com Ian Scheckter, mas não conseguiu muita quilometragem. O problema é que esse projeto exigia um câmbio reformulado, bem mais resistente que o tradicional. E isso ia exigir um esforço bem maior dos mecânicos e projetistas, além de grana. E esse era o maior problema da March: falta de grana. Percebendo que o projeto não tinha futuro para os menos abastados, o March 2-4-0 foi abandonado, virando artigo de museu. Saiu das pistas para entrar na história como mais uma mosca branca da F1.

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