Eu acho muito interessante a atenção que a Pirelli dá às redes sociais. Sempre postam, no Twitter e no Facebook, dados interessantes sobre os GPs. Antes, postam informações sobre a corrida do ano passado, dando uma referência ao público; depois, postam esse tipo de infográfico, mostrando as paradas, os pneus e o tamanho dos stints. Perco algum tempo dando uma olhada neles. Numa corrida com estratégias tão decisivas, é válido fazer uma análise.
Divido em tópicos o que achei mais importante.
- Ricciardo ganhou ao escolher uma estratégia sensata, usando pneus macios sempre. Já tinha tudo encaminhando quando o safety-car lhe deu a ponta, só precisava administrar. Alonso e Hamilton podem ter sido imprevistos, mas brilhantemente contornados pelo australiano, o piloto-carisma.
- Alonso foi um monstro, mesmo. Seu stint com macios durou mais que o de duros do Hamilton, por exemplo. Comparando com Massa, fica mais insano: o brasileiro fez dois trechos com os pneus brancos, ambos mais curtos que o de amarelo do espanhol - e com menos ritmo. Justamente o contrário do normal.
- O brasileiro, aliás, deveria rever algumas coisas. Gasta muito a borracha, e isso é fato desde a chegada da Pirelli, em 2011. Esse problema não existia com a Bridgestone. Assim, fica difícil pensar em estratégias mais audaciosas, como poderia ter acontecido no Canadá. Lembrando também que colocar pneu macio no último trecho poderia lhe garantir uma vida mais fácil contra Räikkönen (mas não lhe garantiria nenhuma posição a mais, não se iludam).
- Rosberg só usou pneus novos nas últimas voltas, onde seu desempenho foi assombroso. Antes, com pneus já usados na sexta e no sábado, foi mediano. Tivesse usado os zero-bala no meio da corrida, poderia ter passado Hamilton - sem usar o rádio - e terminar no pódio. O desempenho bom no final foi em vão, praticamente.
- Räikkönen também deu seu show com os pneus, e sem uma grande perda de ritmo. Aliás, melhor corrida do finlandês no ano. Pode ser a surpresa do fim da temporada - ou não.
- Bottas fez o que Massa devia ter feito, usou os macios no fim. Mas não ajudou nada, sua corrida já tinha sido jogado fora quando Ericsson trouxe o safety-car.
- Um troféu para a McLaren. Tinha chances de fazer bons pontos com os dois carros e terminou com um décimo lugar de Button. A estratégia tosca de usar intermediários com a pista já majoritariamente seca custou posições, tempo e paciência dos pilotos dos carros 20 e 22.
- Nem nesses dias estranhos a Sauber consegue algo. Sutil, macios teve umas 15 voltas colado em Button, duros, e não passou. Segue em branco, a equipe suíça.
- Mas o recorde de mais voltas com os mesmos pneus é de Chilton, não adianta. 37, um absurdo, uma lenda, um mito.
- Todavia, o recorde de mais voltas sem pits, no geral, pertence a Kvyat. 40 voltas com pneu duro, enquanto tentava se recuperar do motor apagado na largada.
- Uma corrida muito boa, no geral. Pneus foram protagonistas de um jeito que ainda não tinhamos visto em 2014. Receio que, não fosse a chuva, não seria tão divertido: seria só uma passeata de Rosberg com o Hamilton conquistando posições aos poucos. Melhor GP da Hungria desde 2006, com sobras.
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