Uma
série surge nesse Blog: “Um dia, no passado...” vai contar a história de
corridas importantes, nas vésperas do mesmo GP da temporada atual. Começamos,
por tanto falando de um GP da Austrália relativamente famoso, o de 1996. Foi um
corrida com alguns marcos interessantes: 1ª corrida valendo pontos para a F1 em
Melbourne (houveram corridas extra-oficiais por lá nos anos ‘50), 1ª corrida
com o sistema de largada atual (cinco luzes vermelhas se apagando), 1ª corrida
de Schumacher na Ferrari e a estreia de J. Villeneuve foram os marcos mais
importantes desse evento.
O novato |
O
Qualifying mostrou como seria a distribuição de forças na temporada: Williams
sobrando, com uma pole surpreendente do novato Villeneuve e Hill em 2º, Ferrari
bem, mas nem tanto - Schumacher levou do Irvine - e bem parelha com a Benneton,
fechando o grupo das três maiores. Jordan e McLaren brigariam pelas migalhas,
pelo menos no começo do ano. Lá atrás, as lamentáveis Forti Corsi não chegaram
nem perto de se classificar para a corrida.
Logo
antes da largada, problemas na Sauber de Frentzen (9º no grid), que nem largou
e com a Minardi de Lamy, que largou dos Boxes. E, na largada, mais problemas:
Brundle enche a traseira de Coulthard e de Panis, na curva Três e decola
lindamente. Bandeira Vermelha. Sorte de Damon Hill, que fez uma largada bisonha
e ficou muito atrás do estreante Villeneuve. Todos os pilotos que tiveram
problemas conseguiram relargar.
Na
2ª largada não houveram acidentes, as quatro primeiras posições se mantiveram e
Alesi passou Hakkinen, mas voltas depois Schumacher passa Irvine, vai para 3º e
começa a abrir. Brundle, num dia bem ruim, toca na traseira de Diniz e roda.
Rosset, estreante, se precipita ao tentar ultrapassar Lamy, toca a Minardi e
cai para a última posição. Dois pelotões se formam na frente: Um com VIL, HIL e
MSC; outro com IRV e ALE. Na volta 9, acidente: Alesi, numa tentativa idiota de
ultrapassagem, bate com a lateral do carro em Irvine e destrói a lateral de sua
Benneton, enquanto o Irlandês segue sem problemas na corrida. Com o abandono do
Francês, Hakkinen passa para 5º e Barrichello para 6º.
Irvine começou o ano batendo o Bicampeão |
Na
volta 16, começa o movimento nos Boxes. Salo, 8º é o primeiro a parar, enquanto
Verstappen abandona. Na sequência, Schumacher, Irvine, Berger e Barrichello
(ultrapassado pelo Austríaco, na parada) vão para os pits. As Williams se
mantém nas duas primeiras posições, sem parar. Coulthard, ao ir para os boxes
dá um passeio na grama para, quando finalmente chegou no box da McLaren,
abandonar. Muito depois das Ferraris, chega a hora do time de Frank fazer
Pit-stops; e começa muito mal, diga-se: Villeneuve demora 17.6s e, a princípio,
viu sua vitória jogada no lixo, apesar de conseguir manter o 2º lugar. Só não
contava que o pit de Hill também fosse demorado: 18.5s, o que os deixou muito
próximos, mas com o Inglês na frente. Jacques, então, deu uma prova de sua
agressividade e fez uma linda ultrapassagem na curva Quatro.
Enquanto
isso, Schumacher sofria com o seu F310: Teve que fazer uma parada prematura,
com problemas no freio do carro, mas consegue voltar... para passear na brita
algumas curvas depois. O abandono, que era questão de tempo, acontece uma volta
depois. Simultaneamente, Rubinho abandona com problema no Motor. Então,
acontece a cena clássica dessa corrida: Villeneuve erra a Freada da curva Um e
sai de traseira na grama, mas segura o carro e o ímpeto de Hill, que vinha com
toda a tração atrás do Canadense. Irvine, aos poucos, vai diminuindo a
distância para as Williams, se aproveitando de sua estratégia de duas paradas.
Frentzen, sexto colocado, vai para os boxes, o que mostra que todos os pilotos
com estratégia de um pit stop a mais, devem parar em breve, o que se
concretiza, com paradas de Berger e Irvine. Pilotos da Williams à parte, os
pontuadores são Irvine, Berger, Hakkinen, Salo.
Clássico |
A
perseguição entre os carros da Williams segue à mil. O motor de Villeneuve
começa a soltar fumaça, o que deixa o time em alerta. Pouco a pouco Damon Hill
vem se aproximando de Jacques, faltando menos de 10 voltas para o fim da
Corrida. A ultrapassagem se consolida faltando 5 giros, logo depois de uma
placa para o Canadense escrito “Slow” é mostrada. Não se trata de jogo de
equipe, mas sim de conservar o carro, que começa a dar claros sinais de
desgaste e problemas mecânicos. Vai pelo ralo a chance mais clara já vista de
um piloto, logo na 1ª corrida, conseguir uma Pole e uma Vitória. A grande
dúvida do momento é se ele vai conseguir levar o Carro até o fim. Irvine, já
avisado da situação, começa a acelerar tudo que pode, apesar de estar 56s
atrás, com três voltas para o fim.
Jacques
se segura, porém, garantindo a dobradinha da Williams. Essa corrida foi a
síntese de um campeonato que viria uma grande disputa entre Hill e Villeneuve,
com vitória do Inglês, muito devido a sua experiência e cautela, exatamente o
oposto do Canadense, que causou um “boom” semelhante ao de Hamilton, uns anos
atrás. Outra coisa interessante é ver como foi ruim a estreia de Schumacher na
Ferrari, e todo o trabalho que teve para chegar no ápice, em 2004. Se Melbourne
nos proporcionar uma disputa tão interessante, em 2013, já poderemos ficar
satisfeitos. Isso é bem provável, aliás. Albert Park é especialista em corridas
ótimas.
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