sábado, 10 de agosto de 2013

Type C - Um dos carros mais incríveis da história (Parte 1)


Quando pensamos em carros multicampeões no automobilismo nos vêm à cabeça exemplos como as Ferraris do começo dos anos 2000, com as quais Schumacher foi Pentacampeão, ininterruptamente, de Formula 1; pensamos também na McLaren de 1988, vencedor de 15 das 16 corridas da temporada e carro do 1º título de Senna; pensamos na Williams de 1992, definida pelo próprio Ayrton, trucidado pelo carro de Frank Williams, como um carro de outro planeta. Muitos se esquecem, porém, de um dos períodos mais folclóricos do automobilismo, as corridas Pré-2ª Guerra, onde brilhavam as máquinas de Mercedes e Auto Union (base do que hoje é a Audi).

É preciso contextualizar o período. O pré-guerra é conhecido como um momento de grande crescimento industrial da Alemanha, já dominada por Hitler e, consequentemente, nazista. O setor automobilístico sofreu um grande boom, um crescimento sem precedentes. As grandes marcas alemãs que conhecemos hoje – Volkswagen, BMW, Porsche, Audi e Mercedes – são originárias (ou ganharam forma) desses dias. A superioridade alemã era tão gritante que, num espaço de cinco anos, apenas um time não-alemão venceu uma – e somente uma - corrida.

O esporte a motor também era diferente. Formula 1, como conhecemos hoje, não passava de um sonho distante, que só seria concretizado em 1950. O que existia nos anos ’30 eram as corridas de Grand Prix, que era um “campeonato” muito mais informal e menos restritivo do que o que vemos hoje. Nos tempos mais áureos desses períodos, haviam sete corridas que contavam pontos para o campeonato e dezenas de "non-championship races" que tinham poucos competidores e não contavam pontos. Um fator que tirava a credibilidade da disputa era a falta de padrão: cada organizados poderia definir quais seriam os pré-requisitos e padrões dos carros para que estes fossem aptos a correr
Um dos nossos heróis: Bernd Rosemeyer


O conceito de equipe também era bastante diferente: se viam três, quatro marcas que montavam os carros, ou para uso próprio ou para ceder para algum insano que quisesse se aventurar e competir com carros velocíssimos (não se engane, nessa época as pistas usadas eram, na sua maioria, autoestradas e os carros chegavam aos 300 km/h com certa facilidade nas retas intermináveis). As grandes equipes da época eram Alfa Romeo, e as supracitadas Mercedes e Auto Union.

Os pilotos também eram outros, claro. A única semelhança com os dias atuais é que os alemães estavam dominando. Rudolf Caracciola, Bernd Rosemeyer e Hermann Lang eram os ídolos daquele automobilismo ainda meio amador, ainda em formação. Havia um italiano chamado Tazio Nuvolari, que era o Jarno Trulli da época (cof cof cof). Falando sério: essa é uma época que existiam pilotos italianos muito bons, não se surpreenda.

Feita a volta de apresentação, a largada é dada amanhã, quando vou falar do motivo desta postagem - o Type C. Aguarde.

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