É preciso contextualizar o período. O pré-guerra é conhecido como um momento de grande crescimento industrial da Alemanha, já dominada por Hitler e, consequentemente, nazista. O setor automobilístico sofreu um grande boom, um crescimento sem precedentes. As grandes marcas alemãs que conhecemos hoje – Volkswagen, BMW, Porsche, Audi e Mercedes – são originárias (ou ganharam forma) desses dias. A superioridade alemã era tão gritante que, num espaço de cinco anos, apenas um time não-alemão venceu uma – e somente uma - corrida.
O esporte a motor também era diferente. Formula 1, como conhecemos hoje, não passava de um sonho distante, que só seria concretizado em 1950. O que existia nos anos ’30 eram as corridas de Grand Prix, que era um “campeonato” muito mais informal e menos restritivo do que o que vemos hoje. Nos tempos mais áureos desses períodos, haviam sete corridas que contavam pontos para o campeonato e dezenas de "non-championship races" que tinham poucos competidores e não contavam pontos. Um fator que tirava a credibilidade da disputa era a falta de padrão: cada organizados poderia definir quais seriam os pré-requisitos e padrões dos carros para que estes fossem aptos a correr
Um dos nossos heróis: Bernd Rosemeyer |
O conceito de equipe também era bastante diferente: se viam três, quatro marcas que montavam os carros, ou para uso próprio ou para ceder para algum insano que quisesse se aventurar e competir com carros velocíssimos (não se engane, nessa época as pistas usadas eram, na sua maioria, autoestradas e os carros chegavam aos 300 km/h com certa facilidade nas retas intermináveis). As grandes equipes da época eram Alfa Romeo, e as supracitadas Mercedes e Auto Union.
Os pilotos também eram outros, claro. A única semelhança com os dias atuais é que os alemães estavam dominando. Rudolf Caracciola, Bernd Rosemeyer e Hermann Lang eram os ídolos daquele automobilismo ainda meio amador, ainda em formação. Havia um italiano chamado Tazio Nuvolari, que era o Jarno Trulli da época (cof cof cof). Falando sério: essa é uma época que existiam pilotos italianos muito bons, não se surpreenda.
Feita a volta de apresentação, a largada é dada amanhã, quando vou falar do motivo desta postagem - o Type C. Aguarde.
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