sábado, 6 de setembro de 2014

Vettel não dá chances e bota a mão na taça


Não, você não voltou no tempo nem está em uma realidade paralela. Reproduzo um texto que fiz para outro blog sobre o GP da Itália do ano passado. Era a segunda vitória consecutiva de Vettel, numa sequência que chegaria a nove. É um registro interessante, sentir como tudo mudou em um único ano.

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Deu sono. Vettel venceu com uma facilidade assustadora, sem correr nenhuma espécie de risco. Foi um dia que lembrou os tempos de Schumacher na Ferrari, a bem da verdade.

O único momento em que houve alguma chance de Vettel perder a corrida foi na largada. O alemão, consciente de que tinha o melhor ritmo, sabia que se terminasse a primeira volta na ponta seria o vencedor. Assim o fez: travando rodas e atacando as zebras, não deu chances aos outros. Depois, fez uma sequência de voltas rápidas, para que ninguém pudesse usar a asa-móvel contra ele. E também para mostrar que quem mandava ali era ele. Ayrton Senna fazia muito isso, e tem um número muito alto de vitórias no currículo. Alguma semelhança?

Um pouco atrás o segundo colocado era - oh - Felipe Massa, como quem diz "sim, eu ainda corro". Ganhou duas posições na largada e construiu sua corrida em cima disso. Falem o que quiser dele, mas ele vem largando muito bem esse ano, sendo o piloto com mais posições ganhas em todas as primeiras voltas de 2013. Pena que Alonso vinha atrás e, como se sabe, Fernando is faster than you. Foi pra terceiro. Depois, um pit-stop mediano da Ferrari colocou uma pá de cal nas chances de pódio do brasileiro, que perdeu uma posição para o semi-aposentado Webber. Foi sua melhor corrida em meses, porém.

Alonso fez o que podia, mas ainda assim foi pouco. Chegou a andar no mesmo ritmo de Vettel em alguns momentos, mas isso aconteceu quando já existia uma distância de uns cinco segundos entre eles. No seu caso, o que acabou com suas chances de vitórias foi uma decisão estupida - do próprio piloto - de retardar sua parada, na tentativa desesperada de buscar o líder. Claro, no fim das contas só perdeu tempo, ficando umas três voltas com um pneu bastante gasto.

Atrás, algumas brigas interessantes. Hamilton e Räikkönen tiveram problemas e foram forçados a fazer mais uma parada, tendo que se entreter fazendo corridas de recuperação e chegando em nono e 11o, respectivamente. As McLaren's, no dia em que comemoravam os 50 anos da equipe, tiveram um dia trágico, em que quase não pontuaram e levaram surra de outras equipes medianas, como Toro Rosso e Sauber.

Falando em Sauber, foi o final de semana do ano da equipe suíça. Largando em terceiro, Hülkenberg conseguiu se manter numa excelente quinta posição, somando numa só corrida mais que o dobro do que conseguira em todas as outras. Se consolida na oitava posição do mundial de construtores, tendo em vista que a Williams não dá sinais de que vá conseguir reagir em 2013.

Vettel está com oito dedos na taça. Com 53 pontos a mais que Alonso e 7 corridas pela frente, as possibilidades de reação são muito baixas. Fernando vai continuar dizendo que está na briga e que "nunca desiste". Balela. Deem logo a taça para o alemão.

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